Um grupo de trabalho formado por especialistas da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) vai avaliar a implantação da metodologia Patient Blood Management (PBM) no DF. O PBM, ou gerenciamento do sangue do paciente, consiste em uma abordagem multidisciplinar para otimizar o cuidado dos pacientes, melhorar resultados clínicos e reduzir o uso desnecessário de transfusões sanguíneas.
De acordo com a Ordem de Serviço, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, edição N.º 15, na página 31, serão 30 dias de estudos. A coordenação do grupo será de responsabilidade do chefe da Unidade Técnica do Hemocentro de Brasília, o hematologista Marcelo Jorge Carneiro.
Foto: Renato Araújo/Agência Brasília
Segundo o médico, a metodologia PBM tem como objetivos minimizar perdas sanguíneas e utilizar de maneira mais racional possível os recursos disponíveis. “Os princípios do PBM são o manejo adequado da anemia, adoção de estratégias para preservação do sangue do próprio paciente e mais restritivas para a transfusão de sangue”, explica.
Na prática, em vez de haver parâmetros isolados para as decisões sobre o uso de sangue, o paciente passa a ser a figura central do tratamento. Para isso, há uma abordagem multidisciplinar sobre a condição de saúde de quem deve ou não receber transfusões.
O coordenador do grupo de trabalho afirma que o foco, neste momento, é planejar a viabilização do PBM no Distrito Federal. Uma segunda etapa poderá ser a coordenação da sua implantação. Atualmente, há iniciativas pontuais sobre o tema em hospitais da rede pública, sendo necessário ainda dar visibilidade à nova metodologia e reforçar o treinamento das equipes.
O conceito de PBM foi aprovado em 2010 pela Assembleia Mundial da Saúde e foi foco do Fórum Global para a Segurança do Sangue promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2011.Em 2017, foi recomendado como padrão de atendimento pela Comissão Europeia e em 2019 tornou-se o padrão de manejo dos pacientes em todos os hospitais da Austrália.
Dois anos depois, em 2021, a OMS emitiu um Policy Brief (resumo da política), alertando todos os países membros quanto a necessidade urgente de implementar o PBM e, ainda, informou à respeito da elaboração de um guia de orientação mundial, com diretrizes voltadas à pratica do conceito, para os hospitais de todo o mundo.
O PBM se concentra nas necessidades e condições que geralmente levam o paciente a transfusões, tais como: perda de sangue, coagulopatias, disfunção plaquetária e anemia. O PBM muda o foco da transfusão reativa de pacientes com componentes sanguíneos alogênicos para medidas preventivas, gerenciando de maneira otimizada o sangue do próprio paciente.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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